Aquele ponto nulo e brilhante no céu remarca o tempo, reafirmação inútil. Como sempre, estamos satisfazendo um rol de necessidades desnecessárias. Trabalhamos pra termos dinheiro pra compramos coisas que nos motivem a continuar trabalhando, comemos pra termos forças até a hora de comer novamente, dormimos pra não ficarmos cansados até ser hora de dormir outra vez. Fazemos o que fazemos para que possamos continuar fazendo o que fazemos, para continuar fazendo o que fazemos, para continuar fazendo o que fazemos, para morrer fazendo o que fazemos. Maquinário orgânico de movimentos rítmicos e repetitivos, como o engenho que mói o milho, mas somos o engenho e o milho. A serpente que se alimenta de sua própria cauda. E o que se tira disso? Nada! O que ganhamos com isso? Nada! Na verdade a pergunta nem deveria ser essa. Quem ganha com isso? É isso que devemos nos perguntar, e até o faríamos se não estivéssemos tão ocupados fazendo nada.